E se?
Estamos em 18 de março de 2020, Brasil, em pleno início da crise com a Pandemia da doença Covid 19.
Vivemos uma era de extremos: direita reacionária X esquerda radical; riqueza abundante X pobreza miserável; ”aquecimento global é o fim” X “aquecimento global é bobagem”… e outros tantos extremos. Diante desses cenários, penso: “e se não fosse assim”? “E se fosse de outro jeito”?
Porque se tivéssemos, no Brasil, investido em políticas de ocupação racional do interior, com implementação de cinturões verdes e pólos industriais, teríamos cidades com mais espaço entre as pessoas, rendas mais altas, maiores arrecadações e melhor oferta de serviços públicos. Nestes serviços públicos poderíamos ter um sistema de saúde de maior qualidade, preparado para atender as demandas naturais e com planos de enfrentamento para as crises que, como a história nos conta, sempre aconteceram e sempre acontecerão.
E se tivéssemos investido em educação básica? Teríamos uma base cultural mais sólida, que daria ao povo um melhor poder de escolha para fugir das armadilhas do voto de protesto, do voto populista, do voto nulo, do voto irresponsável.
E se tivéssemos investido em segurança pública eficiente? Teríamos hoje fugas em massa em cadeias de São Paulo? Mais, veríamos as cenas medievais oriundas dos diversos presídios espalhados pelo Brasil? Continuaríamos a ouvir notícias de cadeias projetadas para 1.000 presos abrigarem 3.000?
Muitos de nós, a grande maioria acho eu, sobreviverão ao Covid 19.
E se tudo isso servir para que pensemos no que temos feito até agora pelo nosso país, pelo mundo e pelo futuro? Talvez possamos começar a mudar algumas coisas.

Tom Prates, 18/03/2020